sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sobejo


Se a saudade apertar mais
jogo fora o coração
cego os olhos, corto a língua
furo os ouvidos, abro o caixão
rasgo os pulsos, bebo veneno
me jogo no rio, me enterro no chão...
Só não aguento sentir desse jeito
essa dor bem no meu peito
coisa sem explicação.
Noves fora esse sentir cruento,
o linguajar violento,
só não morro sem pedir perdão.

3 comentários:

  1. Já senti isso, Dudão!
    Fuderoso ver em palavras.
    Grande beijo!
    ;*

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  2. Fez-me lembrar deste:

    "Quem quiser plantar saudade,
    escalde bem a semente
    e plante na terra seca
    em dia de sol bem quente,
    pois se plantar no molhado,
    ela nasce e mata a gente"

    Eu pensava que era do Zé da Luz, mas o relacionam a Antônio Pereira de Moraes.
    A saudade está sempre a maltratar corações e inspirar os poetas. Eis um dos "alívios" da poesia.

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