quinta-feira, 20 de junho de 2013

Revolução

Guardei as bandeiras,
os gritos de ordem...
Ergui no lugar
Alguns poucos versos.
Hoje,
Na urgência do mundo
Eles me ajudam a suportar
o que a vida tem de incoerência
e, por outro lado,
retém em estado de palavra o que ela tem de belo e sutil.
Hoje não grito mais.
O silêncio me ensina que o tempo
é o senhor das entrelinhas...
Verbaliza a metáfora da composição do real.
Onde mais quimera e desespero seriam um par da mesma valsa vienense?
Em que outro salão bailariam esplendidamente devaneio e sofreguidão?
Escuto a música do silêncio.
Emudeço em respeito à tão estupenda partitura.
E nesse emudecer,
harmonizo o que antes era berro e bolor.